segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

A Ovelhinha que veio para o Jantar.



As nossas Leituras continuam ...!!!

Na passada sexta feira iniciámos a leitura de mais um livro do PNL
Uma história fantástica....

― Oh nao! OUTRA VEZ sopa de legumes! ― queixou-se o lobo, que ja era velhinho. ―
Quem me dera ter uma ovelhinha aqui a mesa. Fazia ja um belo ensopado de borrego!
Eis senao quando… TRUZ! TRUZ!
Quem batia a porta era uma linda ovelhinha!
― Posso entrar? ― perguntou ela.
― Claro, minha querida! A casa e tua! Vieste mesmo a
hora do jantar ― disse o lobo que, para alem de ser velhinho,
tambem era muito matreiro…
A ovelhinha estava cheia de frio.
― BRRRR! BRRRR! ― fazia ela a tremer.
― Mas que azar o meu! ― sussurrou o lobo. ― Logo me
calhou uma ovelhinha congelada! Nao gosto de comida assim!...
Entao, o lobo lembrou-se de por a ovelhinha ao pe da lareira para ela se aquecer e, todo
apressado, foi procurar a sua receita preferida de ensopado de borrego.
Mnham mnham!... Ja lhe crescia agua na boca so de pensar no seu delicioso repasto.
Mas nao era so o lobo que estava com fome. A barriga da ovelhinha tambem ja estava a
dar horas…
― Mas que azar o meu! ― pensou o lobo. ― Nao posso comer uma ovelhinha toda
esfomeada! Ate me podia fazer mal ao estomago!
Entao o lobo ofereceu a ovelhinha uma cenoura.
― Assim, ja tenho borrego recheado!
A ovelhinha devorou a cenoura tao depressa que ficou com solucos.
― HIC, HIC, HIC! ― fazia ela sem parar.
― Ai, ai! Que azar o meu! ― lamentou-se o lobo. ― Quem e que come uma ovelhinha
cheia de solucos? Ate pode ser contagioso!
O problema e que o lobo nao percebia nada de solucos.
Como e que se acabava com eles?
― E se eu atirasse a ovelhinha ao ar?
― HIC!
Mas nao resultou.
― E se eu a virasse ao contrario?
― HIC!
Mas nao resultou.
― E se eu a abanasse de um lado para o outro?
Mas tambem nao resultou.
Entao o lobo pegou na ovelha ao colo e comecou a dar-lhe palmadinhas nas costas com a
sua pata enorme coberta de pelos!
Os solucos da ovelhinha nao tardaram a passar e ela adormeceu num instante, enroscada
no pescoco do lobo.
O lobo, que ja era velhinho, ficou muito embaracado
porque nunca tinha sido abracado pelo seu futuro jantar. E
como seria de esperar, a fome, afinal, ja nem era tanta…
A ovelhinha ressonava baixinho encostada as orelhas
do lobo.
― RRRROOONCHHH! RRRROOONCHHH! ― fazia ela.
― Que azar o meu! ― queixou-se o lobo. ― Como e
que vou comer uma ovelha que esta a ressonar?
O lobo sentou-se na cadeira de balouco ao pe da
lareira, com a ovelhinha nos bracos.
― Ja nem me lembro da ultima vez que alguem me fez uns mimos! ― reconheceu o lobo.
Mas assim que o lobo comecou a cheirar a ovelhinha, ficou deliciado com o seu perfume!
― OHHH! ― suspirou o lobo. ― Se eu a comesse depressa ela nem sequer dava por isso.
E quando o lobo se preparava para engolir a ovelhinha… ela acordou e deu-lhe um
grande beijinho! CHUAC!
― NAAOOO! ― gritou ele. ― Isso nao vale! Eu sou
um lobo mau e tu es um ensopado!
― Um enlatado? ― perguntou a ovelhinha a sorrir.
E confessou: ― Eu sei la o que e isso!
― Que e que eu faco a minha vida?! ― exclamou o
lobo. ― Bom, vais mesmo ter de te ir embora!
Muito decidido, o lobo pos a ovelhinha na rua, mas
primeiro deu-lhe um agasalho.
― SOME-TE DAQUI!!! ― gritou. ― Se ficares, como-te e depois ja nao te podes
arrepender.
E com um grande estrondo fechou a porta. BANG!
La fora, a noite era escura e fria. E a ovelhinha nao parava de bater a porta.
― Oh, Loobo! Looobo? ― suplicava ela. ― Deixa-me entrar!
Mas o lobo, que ja era velhinho, tapou as orelhas com as patas e pos-se a cantar ≪LA,
LA, LA, LA, LA, LA, LA!≫ ate a ovelhinha se calar.
Finalmente, tudo estava em silencio.
― Ainda bem que ela ja se foi embora! ― suspirou o lobo aliviado. ― Aqui ela nao estava
em seguranca. Um lobo velho e esfomeado como eu e sempre capaz do pior!
Mas pouco depois, o lobo comecou a pensar na ovelhinha, sozinha e desamparada na
escuridao da floresta.
― Talvez ela se perca…
― Talvez morra de frio….
― Talvez caia nas garras de um bicho…
― OH, NAO! O QUE E QUE EU FUI FAZER? ―
perguntou ele arrependido.
Sem querer perder tempo, o lobo pos-se de pe e
abriu a porta. Mas infelizmente nao havia sinal da
ovelhinha.
O lobo, que ja era velhinho, correu aos berros pela floresta fora:
― Ovelhinha, ovelhinha, volta, nao tenhas medo! Prometo que nao te como!
Passado muito, muito tempo, o velho lobo, triste e encharcado, regressou sozinho a sua
quinta. Estava mesmo desanimado.
Abriu a porta e, qual nao foi o seu espanto, quando viu a
ovelhinha ao pe da lareira!
― VOLTASTE! Es mesmo tu? Nao tens outro sitio para onde
ir? ― perguntou o lobo muito euforico.
E a ovelhinha abanou a cabeca, dizendo que nao.
― Que… que… queres ficar aqui co… comigo? ― convidou o
lobo a gaguejar.
A ovelhinha olhou para ele, olhos nos olhos.
― E tu prometes que nao me comes? ― quis saber ela.
― NAO! CLARO QUE NAO! ― afirmou ele. Como e que eu podia comer uma ovelhinha
que precisa de mim? Ate podia ficar com o coracao partido…
A ovelhinha sorriu e atirou-se para os bracos do lobo, que ja era velhinho.
― Estas com fome, enlatado? ― perguntou ele. ― Que tal uma sopinha de legumes?


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