quinta-feira, 22 de maio de 2014

O despique eleitoral
São forças da natureza humanamente naturais
O Sol mor, a chuva cristã e o vento social
Em maio decidiram firmemente entrar num rude despique
Numa aposta competitiva fraca de valores e ideias, sem precedente
São todos muito intelectuais e doutores com responsabilidades
Mas no terreno quando inquiridos, são negativos
Evasivos, fraquejam e gaguejam com excitação, nada dizem pois então  
O sol quer abrasar todos mas apenas traz o rasto das queimaduras
Já feridas profundas em algumas peles corporais
O vento quer soprar mais forte e levar os lixos pelos ares
Mas deixa de fora do protesto, intactos os impostos e juros europeus  
A chuva com a sua forte fé, molha e estraga tudo sem licença
Parecendo querer exterminar os vírus instalados da secura do sol mor
Mas alguém de Pé, de pé firme protesta com viva voz feminina   
Pelas praças ruas e jardins fazem seus ecos consideráveis mas inúteis ao vento
E também mesmo os que andam a pé em caravanas cuidadas
Em desnorte real da pertença monarquia
Não deixam passar nenhuma mensagem de alegria
Uma campanha triste, fraca esvaziada de um discurso útil e esclarecido.
Ausente de eloquência e firmeza de ideias objectivas
Uma pobreza política!
21/05/2014

Lúcia Vieira 
Pensamento metafórico  
São uns senhores adultos
Já têm cabelos grisalhos
Gladiam-se com palavras
Usam metáforas às vezes
Falam ao desbarato de tudo e de nada
Pouco requinte nos discursos, gastos
Usam a astúcia dos mercadores venezianos
Vendendo a ilusão de lutar por melhorar o país
Idolatram o passado personificado
Vendem-se barato, por viagens e escritórios em Bruxelas
Alienaram e querem alienar o futuro dos mais juvenis   
Mesmo numa coligação nacional andam à deriva
Desnorteados e preocupados com o Sr. José
Nem com submarinos ou radares sofisticados
Encontram o ponto do destino final
Acabem com isso, façam um acordo!
Não dividam o país!
Dêem a voz ao povo, ao mestre e aos mestres de Avis
Impugnem a venda nos tribunais do meu país, já triangular!
Não se deixem mais uma vez enganar!
Chamem o Tribunal Constitucional
Sem desespero ou fatalismo!
 22/05/2014

 Lúcia Vieira  

domingo, 18 de maio de 2014

Portugal no TOP

Portugal no TOP
Há quem faça sobressair 
Que no meu país, também teu 
Que há encontros felizes 
Turismo de qualidade
Que nos deixa muito honrados 
Falam da nossa paisagem serrana
Do mar sereno e azul
Dos encantos escondidos 
Na simpatia e melancolia 
Revelados na canção fado
Na sardinha assada, no presunto…
Em toda a gastronomia
Há páginas de história viva
Das descobertas feitas com bravura
Inscritas no calcário dos monumentos
Com todo o engenho e sabedoria
Sabiamente foram pelos americanos
Elogiados
Mas os europeus, invejosos
Ficam silenciados ou penosos
Querem o nosso “ouro”
Que com o corpo sacrificámos
18/05/2014
Lúcia Vieira

sexta-feira, 16 de maio de 2014

O meu desassossego
O sol, hoje, não brilha mais que ontem
 O sol marcou o encontro com o dia
À sua hora marcada apareceu
No seu horizonte brilhante
E deu luz ao telhado da minha casa
Trazia as notícias fresquinhas
Pelo bico de uma pomba grandinha
Altiva e determinada bicou
As migalhas que no telhado não havia
E voou desatinada para o das vizinhas
E lá também não encontrou seu alimento
Foi triste e desolada a pomba grandinha
Que poisou no telhado da minha casa
Fugiu de tristeza e não mais se viu
As pombas procuram as sementes que não hão
Nem nos telhados nem em lado nenhum
As pombas, infelizmente, passam fome
Como muitos outros que não nomeio
Mas estão identificados
Só os míopes intencionais
É que não vêem
Há muita fome no meu país
E eu estou triste e desolada
Como a pomba grandinha
Que bicou o meu telhado!

 15/05/ 2014
 Lúcia Vieira 
As nuvens encasteladas
Há no firmamento
Uma cor acinzentada raiada de claro
O sol espreita envergonhado
Entre as nuvens encaracoladas
Parecem montanhas verdadeiras
Com seus desenhos e formas de encantar
São os capítulos naturais da mãe Natureza
É o tempo na concertação da mudança
Muda inesperada e tendencialmente
Da noite para o dia
E do dia para a noite
Tudo muda 
A maior parte das vezes de uma forma imatura
Até parece a Europeu no seu esplendor
A afundar Portugal
Até a CNE opina  
Que não há violação da imparcialidade
Ao previsto anúncio anunciado do dia dezassete  
Salvo outras melhores opiniões,
Uma opinião desastrosa em tempo de liberdade
Por alguns já contestada
Mas que de nada valerá a pena
Se continuar neles a votar
Não te deixes enganar
De tudo uma opinião crítica deve fazer
Sobre tudo o que ouves e vês fazer
Uma censura política, social e moral
Devemos continuar
Dando primazia ao diálogo  
Um outro país deve ser
Poder ver outra vez, as nuvens encasteladas
16/05/2014
Lúcia Vieira

segunda-feira, 12 de maio de 2014

 A luz  da intimidade
 Deste-me a mão
 Despiste-me
Fiquei nua
Sem roupa
Nenhuma
E na minha
Singela fragilidade e inocência
Despida de tudo menos dos sentidos
Deitaste -me na tua cama
Apagamos ao mesmo tempo a luz
Com a minha voz baixinha
Li-te um poema do amor
E declamei-o baixinho
Ao teu ouvido falei, sem medo  
O meu segredo
Mesmo sem luz!
 12/05/2014

 Lúcia vieira 

 Quotidianices!
Quando a manhã, a tarde ou a noite chegam
 Há pelo mundo um rodopio
 A rodopiar
Ligar!
 Desligar!
Liga esquentador, que não é inteligente
Desliga esquentador
Liga microondas
Desliga microondas
Liga máquina do café
Desliga máquina do café
Liga máquina da roupa
 Desliga máquina da roupa 
 Liga máquina da loiça
 Desliga máquina da loiça
 Liga jarro eléctrico
 Desliga jarro eléctrico
Liga aspirador mesmo o central
 Desliga o aspirador
 Liga fogão
Desliga fogão
 Liga televisão
Desliga televisão
 Liga carro
 Desliga carro
 Liga telemóvel
 Desliga telemóvel
Liga aparelhagem
Desliga aparelhagem de som
Liga rádio
Desliga rádio
Liga guitarra
Desliga guitarra
Liga alarme
Desliga alarme

 Liga ipfone
 Desliga iphone
 Liga iPad
 Desliga IPad
 Liga iPod
Liga computador
Desliga computador
Liga interruptor
Desliga interruptor
 Andamos todos na liga desliga
 É esta agora a nossa vida
A ligar e a desligar
 Mas, que estas ligações andam todas ligadas, isso andam
Sem o liga desliga já não somos nós,  já não somos nada !

Liga e depois desliga!

 12 de  maio de 2014
 Lúcia vieira




domingo, 11 de maio de 2014

Escadas da vida !

Escadas da vida!
Confesso, eu me confesso 
Subo e desço-as muitas vezes 
Diariamente e por vários motivos 
E nas subidas e descidas 
Sinto as pernas estremecer 
A abanar como figos maduros 
Penso mil coisas sobre esses tremeliques 
E distanciando-me deste estremecimento 
Usando um poucochinho do universo
Da sabedoria que alguém inteligente me deu
E por sua ordem seguro-me e agarro-me ao corrimão
Subindo-as agora firmemente de barriga encolhida
Com as Costas direitas e o peito de ar cheio
Para não cair nem estremecer mais
E quando o faço sinto que estou
Tomando a tua mão, meu Amigo
E sinto-me segura, assim contigo!

11 de maio de 2014
Lúcia Vieira

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Iluminai! Iluminai!
Ponto de luz
Um ponto
Outro ponto
Uma luzinha
Outra luzinha
Conjugados e unidos
Formam um ponto de luz
Na ponte dos caminhos
Com a iluminação e de Iluminado
Como um letrado sem lição
Iluminai os cegos da cegueira política
Deixai a malta ser feliz
Deixai a luz brilhar nos meus ou nossos olhos
E só a felicidade dominar
Deixem – me apenas ser  eu ,ser Feliz!
 24/03/2014

 L.Vieira 

Poligamia

Poligamia
Eram Seis papoilinhas, encarnadas
Nasceram entre as pedras da calçada
E o poste da luz num passeio,
Circundante da estrada nacional
 Bastante frequentado
E quando já estavam crescidas
Olhavam o mundo com seus olhitos negros
Usavam vestidinhos de veludo encarnado
Com decotes arrojados e saltos altos
Elegantes lá estavam  
Dias e dias as seis Papoilinhas
Numa conversa animada
Foram abordadas ousadamente
Por cinco Malmequeres
Namoradeiros e branquinhos  
Cortejando-as uma a uma
O primeiro disse:
-Eu gosto de ti
Depois o segundo disse:
- Eu gosto de ti
 O terceiro disse:
- Eu gosto de ti  
 O quarto disse:
- És muito bonita, gosto de ti
O último falou para as duas últimas papoilas
E numa vozinha arrastada disse:
- Eu gosto das duas
O malmequer viveu uma vida de poligamia
Todos viveram felizes para sempre
Mas o malmequer polígamo
Não teve Papoilinhas 
Nem malmequerzinhos
Uma consequência da consequente opção!
8/05/2014
Lúcia Vieira
 


quarta-feira, 7 de maio de 2014

Voar

Voar!
Voar já não é só coisa de aves
Hoje, em dia tudo voa
Já nada me espanta
Nesta era especial
Voa o papel
Voam as folhas
Voam os eurinhos 
Do bolso dos portugueses
Com a ajuda do Dr. Pedro P Coelho 
E da Troika, sua inspectora atenta,
Disciplinada e rigorosa
Mais a sua usura e avareza
Tudo nos querer em tirar
Euros, pele, couro e cabelo
Para os “alemães” enriquecer
Ai, a esses sim, nada lhes voa
Antes pelo contrário  
Muito atentamente
Tudo trazem controlado
Sem um beliscão
Ou sem um descuidinho
Lá vão os nossos euros 
Tlim, Tlim,Tlim a voar  para os seus bolsinhos

05/05/2014

Lúcia Vieira 

Em maio pintam as cerejas

Em maio pitam as cerejas, na terra quente
Esse carnudo e saboroso fruto
É primavera ainda
Nos campos e serranias as carquejas e urzes
Continuam a sorrir apesar da secura
Para nuvens das gentes aí espalhadas
Nas searas de trigo serôdio
 As papoilas já dizem da liberdade
Dizem os segredos em surdina, os guardados
Contam a verdade de um povo
Em maio saltam os gafanhotos aflitos
Com os lagartos a rastejar de pescoceira, hirtos
Das palavras que nos jornais se escreveram
Os versos de uns poemas esquecidos
Nas folhas de uma figueira seca
De um poeta desconhecido mas distinto
Enegrecida está a figueira pelo tempo e pelo desgosto
Ultrapassada pelas cerejas que já pintam na cerejeira
Quando  já estiverem redondinhas e vermelhinhas 
Vou fazer uns brincos de princesa
Para usar  nas orelhas na festa, que vem aí
Redondinhas, carnudas e apetitosas
Vou -as trincar numa tarde quente de primavera
Contigo a meu lado a olhar o mundo
Em maio pintam as cerejas!
 07/05/2014

 Lúcia vieira 

sábado, 3 de maio de 2014

O amanhecer

 Acordei sem sono
 Ergui-me e abri uma janela
Vi o sol a espreitar por ela
Era o dia 3 de maio a acordar
Espreguicei-me com firmeza
Mas os ossos se queixaram, rangeram
Então, lavei a cara para ficar mais acorda
Acordei definitivamente de madrugada
Ao pé da vidraça da cozinha
Fiquei sossegadinha
A ouvir os pássaros
E eles acordaram barulhentos  
Estavam desassossegados
Andam num virote
De telhado em telhado saltitando
Levam um lembrete no bico
Andam a espalhar
Que amanhã é o dia da Mãe!

3 de  maio 2014

 Lúcia vieira

sexta-feira, 2 de maio de 2014

quinta-feira, 1 de maio de 2014

O maio
O maio carrega-se da cor da terra
Maio moço, maio fresco
 Maio dos sorrisos dos nós, homens e mulheres
 Que gritam liberdade ainda, a de abril
 As maias são do campo e das giestas
 São, naturalmente belas
Brancas e ou amarelas
Fazem festas ao povo
Dão vida e cor à nossa e tua paisagem  
Alimentam as veias dos poetas
Ditam o verso da liberdade  
Escreve-se o seu nome sem medo  
O mês de maio, é o mês maio
Precedendo o abril, sempre a festejar
 Viva o mês de maio mais as suas maias a bailar!

1 de  maio de 2014

 Lúcia Vieira