terça-feira, 11 de março de 2014

As papoilas

Muitas papoilas crescem agora espontaneamente nos passeios estreitos de todas as ruas perto da minha casa.
São vermelhas e fazem-se acompanhar de imponentes malmequeres e vigiadas pelas viçosas margaridas que floriram nos quintais, querendo segredar a todos que por ali passam que a liberdade está a chegar.
As papoilas dizem coisas que mais ninguém nos diz.
Com o seu redondinho olhar dos seus negros olhos captam os mistérios da vida a crescer.
São frágeis as papoilas, pelo menos, parece quando lhe tocamos e o vento as empurra para lá e para cá, numa dança de ventre e parece nos que vão cair.
As papoilas são valentes e destemidas
São orgulhosas da sua frescura e ciosas da sua liberdade
Desaparecem rapidamente mas deixam a saudade da sua vermelhidão que embelezam a minha e as vossas ruas mesmo.
As papoilas são para mim um símbolo de liberdade que se unem em grandes grupos para não se deixarem tombar e quando se tombam umas, outras se erguem, das sementes que deixaram cair de si para teimosamente continuarem a lutar pela conquistada liberdade.
As papoilas são a força da natureza a sorrir, os baloiços da esperança e da razão determinada que faz as crianças correr para elas, para as apanhar para não perderam a paixão da unidade e da liberdade!
A liberdade nasce e cresce espontaneamente como uma papoila!
Sejamos como as papoilas!

Lúcia Vieira
11/03/2014

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