Poligamia
Eram Seis papoilinhas, encarnadas
Nasceram entre as pedras da calçada
E o poste da luz num passeio,
Circundante da estrada nacional
Bastante frequentado
E quando já estavam crescidas
Olhavam o mundo com seus olhitos negros
Usavam vestidinhos de veludo encarnado
Com decotes arrojados e saltos altos
Elegantes lá estavam
Dias e dias as seis Papoilinhas
Numa conversa animada
Foram abordadas ousadamente
Por cinco Malmequeres
Namoradeiros e branquinhos
Cortejando-as uma a uma
O primeiro disse:
-Eu gosto de ti
Depois o segundo disse:
- Eu gosto de ti
O terceiro disse:
- Eu gosto de ti
O quarto disse:
- És muito bonita, gosto de ti
O último falou para as duas últimas papoilas
E numa vozinha arrastada disse:
- Eu gosto das duas
O malmequer viveu uma
vida de poligamia
Todos viveram felizes
para sempre
Mas o malmequer
polígamo
Não teve Papoilinhas
Nem malmequerzinhos
Uma consequência da consequente opção!
8/05/2014
Lúcia Vieira
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